"Pintou estrelas no muro e teve o céu ao alcance das mãos."

quinta-feira, 26 de abril de 2012


"Nas mãos inspiradas
nascem antigas palavras
com novo matiz".
            Helena Kolody
26 de Abril - Dia do Goleiro

"Goleiro, para ser bom, tem de dormir com a bola. Se for casado, com as duas".
         João Saldanha 


 
"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".
        Augusto Branco

quarta-feira, 25 de abril de 2012


“Estou numa idade em que dou-me ao luxo de sair nas ruas com a maior tranquilidade e parar para contemplar uma árvore, um pássaro, um transeunte - sem temer o ridículo. Dia destes, quando cruzava a Praça Rui Barbosa, vi uma pena de pombo cair na calçada. 
Apanhei-a, contemplando-a, e na hora pensei num poema. 

Como tinha apenas um lenço de papel, foi nele que escrevi:

 ‘Apanhei na calçada
Uma pena de pombo
Aprisionei
Um momento
De vôo e vento’”.
                                                                                                        Helena Kolody

Divagações atemporais
Ele, Senhor do tempo,
colhe flores
distrai-se a sentir a respiração do jardim,
cada flor
cada corpo
cada organismo
e ainda o caule
por onde corre
a seiva
verde
de todas as hipóteses.
Eu fui essa árvore.
(Poemas de Letícia Volpi, Jussara Salazar, 2002)

terça-feira, 24 de abril de 2012


            FELICIDADE

Oh, a luta arrebata para a vida!
A dor exalta como um vinho quente!
Por isto, é herói quem sofre! A dor, somente,
A alma estimula a glória pressentida...

Mas, a ventura, a doce paz, a ardente
Felicidade – efêmera guarida... –
Como nos canta na alma comovida
Canções de morte, suaves... suavemente...
Ah! Perpetuar num sono derradeiro
O suspiro de alívio... E à dor do mundo
Fugir, sem mais querer o que se quis...

Ao silêncio entregar o ser inteiro,
Não mais sair desse êxtase profundo,
Para não deixar mais de ser feliz...
(Tasso da Silveira, A alma heróica dos homens, 1924)

24 de Abril 
Dia Internacional do Jovem Trabalhador

 A juventude é a época de se estudar a sabedoria; a velhice é a época de a praticar.

MOTIVO CIBERNÉTICO

Polimultiplurimáquinas
estiram os nossos nervos
nos giros da exatidão.

No campo vibrante
de circuitos e painéis,
tecniscravos apascentam
rebanhos sagrados
de monstros eletrônicos.
(Helena Kolody, Tempo, 1970)

23 de Abril – Dia da Aviação

"Uma vez que você tenha experimentado voar, você andará pela terra com seus olhos voltados para céu, pois lá você esteve e para lá você desejará voltar."
                                         Leonardo da Vinci


“Tem certas manhãs azuis em Curitiba, mas tão azuis, tão azuis, que eu tenho certeza: Helena Kolody acordou cedo e olha por todos nós”.
          Paulo Leminski

22 de Abril – Brasil 512 anos









”...
Brasil, terra boa e gostosa
Da moreninha sestrosa
De olhar indiferente.
O Brasil, verde que dá
Para o mundo admirar.
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!...
Esse coqueiro que dá coco,
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar.
Ô! Estas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar.
Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro,
Terra de samba e pandeiro.
Brasil!... Brasil!”
 (Aquarela do Brasil, Ary Barroso, 1939)

"A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão."
                                               Paulo Freire


21 de Abril - Tiradentes

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Fazenda do Pombal, batizado em 12 de novembro de 1746 - Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil, patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional. O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. 
                                       Fonte: Wikipédia

“Há dois tipos de temas em minha poesia: os que refletem meu próprio Eu, confessionais, e os que mostram minha preocupação com os outros e com os problemas do mundo, ou seja, temas do eu íntimo e do eu social. Uso muito imagens, metáforas, símbolos tirados da paisagem. Sou uma enamorada da beleza do mundo que me cerca”.
                                  Helena Kolody

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Exílio

Somos tão estrangeiros nesta vida!

Vivemos doloridos e insatisfeitos.
Há sempre uma farpa
Cravada num nervo sensível.
Em tudo, uma ausência,
Um travo de imperfeição.
                         Helena Kolody

“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca,  e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade”.
                                                       Carlos Drummond de Andrade.

Carlos Drummond de Andrade enviou em 1980 uma pequena carta à poetisa Helena Kolody, onde dizia: “Tão simples, tão pura - e tão funda - a poesia de Infinito Presente. Você domina a arte de exprimir o máximo no mínimo, e com que meditativa sensibilidade!”.

quarta-feira, 18 de abril de 2012


Araucária,
Nasci forte e altiva,
Solitária.
Ascendo em linha reta
- Uma coluna verde-escura
No verde cambiante da campina.

Estendo braços hirtos e serenos.

Não há na minha fronde
Nem veludos quentes de folhas,
Nem risos vermelhos de flores,
Nem vinhos estonteantes de perfumes.
Só há o odor agreste da resina
E o sabor primitivo dos frutos.

Espalmo a taça verde no infinito.
Embalo o sono dos ninhos
Ocultos em meus espinhos,
Na silente nudez do meu isolamento
     (Helena Kolody, Paisagem Interior, 1941)
19 de Abril - Dia do Índio
 “Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D’imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d’ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

 

E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!

Trecho do Poema “Canção do Tamoio” de Gonçalves Dias


Se interrogas o passado,
mente o cristal da memória
para tornar-te feliz.
(Helena Kolody, in Infinito Presente, 1980)

18 de abril

Dia do Pintor

"Se escutar uma voz dentro de você dizendo 'Você não é um pintor', então pinte sem parar, de todos os modos possíveis, e aquela voz será silenciada."
         Vicent Van Gogh

 


"A qualidade de um pintor depende da quantidade de passado que traz consigo.”
                                              Picasso




Dia do Médico

"Sempre, aconteça o que acontecer, o médico, por estar tão próximo ao paciente, por conhecer tanto o mais profundo de sua psique, por ser a imagem daquele que se acerca da dor e a mitiga, tem uma tarefa muito importante, de muita responsabilidade." 
        Che Guevara


segunda-feira, 16 de abril de 2012


      ADVERTÊNCIA

É meio-dia em minha vida.
Um mensageiro inesperado
Vem prevenir que apresse a lida,
Como se fosse anoitecer.

Vento da noite, ainda é cedo!
...e nem lavrei a terra agreste.
(Helena Kolody, A Sombra no Rio, 1951)

            O tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
                                     Mário Quintana

quarta-feira, 11 de abril de 2012


Muitas pessoas procuraram os responsáveis por este blog, em busca de informações sobre a história de amor vivida por Helena Kolody. Em nossas pesquisas, encontramos o texto a seguir, escrito por Domingos Van Erven, em 22.01.2009, que relata um pouco dessa passagem tão bonita na vida da poetisa.

 

Como já disse alguém, as histórias de amor mais belas    
são aquelas do amor que não se realizou...
                                                                                                         Domingos Van Erven

                   POEMAS INÉDITOS DE HELENA KOLODY

Durante alguns meses, em 1966, amigas comuns de meu pai, o escritor Herbert Munhoz van Erven (1908-1985), e de Helena Kolody (1912-2004), em visitas frequentes a nossa casa, reaproximaram espiritualmente os dois, pela troca de poemas. Tenho em meu poder alguns deles, escritos por Helena, que transcreverei mais adiante, por terem permanecido inéditos até agora. Fazem parte de um livro que ela preparou, “Appassionata”, destinado a ser póstumo, cujos originais, que cheguei a ver, seriam confiados a seu médico particular, segundo Helena mesma me disse.
São poemas dedicados a meu pai (referido na dedicatória pelas iniciais que ele adotava- H.M.v.E.), que foi seu noivo por dois meses, em 1945, três anos antes dele se unir a minha mãe. Tinha então 37 anos, e ela 33. No ano anterior, meu pai lançara seu livro de maior repercussão, “Lisímaco”, considerado pelos autores da antologia ”Letras Paranaenses” como uma das duas melhores biografias já escritas no Paraná (a outra seria “Emiliano”, de Erasmo Pilotto). Talvez devido àquela repercussão mesma, Herbert tenha sido convidado à sessão do Centro de Letras do Paraná onde os dois se conheceram. E desse encontro nasceria o seu curto mas intenso relacionamento.
Ficaram noivos em 16 de abril, dia do aniversário dele. Nesse mesmo dia, segundo meu pai, ocorreu o casamento de Olga, irmã de Helena, com o astrônomo chileno Carlos Muñoz Ferrada, então residente em Curitiba. O aniversário/noivado foi comemorado na residência dos pais de Herbert, que moravam pouco acima do Círculo Militar de Curitiba.
O noivado só durou dois meses. Por que acabou?
A explicação está intimamente relacionada à psicologia de Herbert e seu comportamento boêmio, próprio do meio social que frequentava, formado por jornalistas, escritores e artistas.
Meu pai tinha uma personalidade muito suscetível e peculiar. Qualquer observação, feita ao acaso, poderia lhe atingir profundamente. Uma vez por exemplo o escritor Raul Gomes (mais velho, de uma geração anterior) fez um comentário que ele não gostou, em que o advertia (certamente pelo seu comportamento boêmio) sobre os cuidados que deveria ter ao se relacionar com Helena, “que era uma florzinha”, uma pessoa muito sensível e delicada. Helena, nessa época, já lançara seu primeiro livro (“Paisagem Interior”, de 1941) e tinha muitos “donos”, admiradores de sua poesia. Isso devia conflitar com o amor possessivo e superprotetor de meu pai, que exigia exclusividade nesse campo... Mas boa parte dos admiradores de Helena era formada pelas suas alunas e ex-alunas da Escola Normal...
Por outro lado, havia a questão do comportamento boêmio. Herbert passava muitos dias sem sair de casa, lendo e escrevendo. Mas quando saía, e se reunia com seus amigos do meio jornalístico e literário (gente que bebia muito naquele tempo, quando ainda prevalecia um certo espírito romântico na profissão), era inevitável que se excedesse na bebida, o que certamente causou problemas no relacionamento do casal.
Assim, em decorrência desses fatores, o casal resolveu desfazer o noivado. Mas eles permaneceriam bons amigos, inclusive trocando correspondências sobre assuntos literários.
Apesar da separação, contudo, Helena continuou amando-o. Segundo ela me disse, ele foi o seu grande (e único) amor...
Na seqüência constam alguns poemas escritos para ele, aqui divulgados pela primeira vez.
O primeiro deles bem reflete a concepção cristã do mundo adotada por Helena, e também por meu pai:

LUZ DO AMOR ETERNO
Raio de luz a transpassar-me,
É Deus que te ama em meu amor.
E te ama dum amor tão alto e tão profundo
Que não quis encerrá-lo
Na argila perecível deste mundo.
Plasmou-me em carne, apenas
Para formar o coração.
E foi preciso transformar em asas
Os braços carinhosos.
Mas no tempo imarcescível
Da ressurreição,
Nossas almas,
Duas centelhas puras, palpitarão unidas
No mesmo Eterno Amor.

A propósito do poema acima, Helena escreveu: é “lembrança de 9-4-45. Remembrança também de uma sexta-feira santa, em 45, 30-3”. As datas marcam certamente eventos importantes para eles, cujo significado todavia desconheço.
O poema seguinte, escrito em 28-29/03/1966, é réplica a um outro, de meu pai, composto de várias quadras, em que ele lembra um dos encontros que tiveram, numa tarde chuvosa e fria, referindo-se aos seus cabelos louros, encrespados, e à capa azul que ela então usava. No final, afirma que se sublimou em fraterno aquele amor que sentiu...

CÂNTICO DOS CÂNTICOS
Mar ignorado sou,
Amado meu,
Mar ignorado,
Ilha intocada.
Meu amigo, meu irmão:
- Por que se inquieta o teu coração,
A arder em zelos?
Guardo meu lírio para o jardim eterno.
Conservo minha lâmpada acesa.
- Como és sábio meu amado,
Como és culto e inteligente!
Águia entre os falcões
É o meu amado entre os homens.
- Por que se inquieta o teu coração
E se consome em ciúmes?
Su’alma beijou a minha
Num longo olhar de amor.
Gravei seus olhos em meu coração.
A eternidade teceu entre nós
Sua tênue trama de ouro.
Quem poderá separar
Su’alma da minha?
Meu amigo, meu irmão:
- Por que se inquieta o teu coração?
Meu amado é como um pinheiro
Na outra margem do rio.
De longe lhe envio minhas canções
Banhadas de lua cheia.
E meu amor é lua, é pássaro e canção.
- Por que se inquieta o teu coração?

Os poemas abaixo são de alguns meses mais tarde:

Quando leio teu nome
bóiam as letras
nas minhas lágrimas.
Mendiga,
busco o vestígio de teu olhar
nos olhos que te fitaram.
Quando leio teu nome
as letras cintilam, tremem:
estrelas boiando em lágrimas.
15.06.66

ILUMINURA
Um “H” em ouro e púrpura.
Iluminura de sonho
No missal do coração.
18.06.66

REPUXO ILUMINADO
Em hastes de cristal,
Irisadas flores d’água
Crescem efêmeras
17.07.66

O poema transcrito a seguir foi intitulado “PARA A ‘APPASSIONATA” (o livro destinado a ser póstumo), e está datado de 19.07.66:

Vivo como se dormisse
A sonhar contigo
Para sempre.
O mundo é um rumor longínquo
De mar em ressaca
A quebrar-se nas amuradas
Do meu castelo sem pontes.

Por fim, guardo ainda cópia do poema seguinte, não datado, mas pertencente à mesma época, como indica o primeiro verso:

SAUDADE
Há vinte anos não ponho nos teus olhos,
numa carícia azul, o meu olhar.
Nunca mais tuas mãos fortes e esguias,
aquecerão as minhas.
A saudade, esta aranha tecedeira,
arma, de novo, o nhanduti do sonho
com o mesmo fio de outrora.
E a alma se enreda na trama sutil,
como se fosse agora.


Fonte:

Disponível em: http://dvetextos.blogspot.com.br/2009/01/poemas-inditos-de-helena-kolody.html. Acesso em 11 abr. 2012.




segunda-feira, 9 de abril de 2012

De grinalda branca,
toda vestida de luar,
a pereira sonha. 
         Helena Kolody, livro "Música Submersa"

“Helena Kolody é uma artista de asas libertas, mas os seus vôos são sempre serenos e harmoniosos. Sabe cantar e voar. Seu lindo livro Música Submersa garante-lhe um posto de honra entre a espiritualidade feminina brasileira, na qual permanecerá como uma das suas almas de eleição. Hoje, o Paraná a admira; amanhã o Brasil a aclamará”.
                                                     Leôncio Correia, 1946
9 de abril
Dia da Biblioteca
"No Egito, as bibliotecas eram chamadas 'Tesouro dos remédios da alma'. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras." 
                                         Jacques-Bénigne Bossuet

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Hoje, dia 5 de abril, nós, professores, funcionários e alunos do Colégio Estadual Júlia Wanderley, construtores deste espaço, vivendo o clima que antecede a Páscoa, queremos deixar aqui nossos votos de paz, esperança e confraternização, para todos, principalmente para as pessoas que nos ajudam a melhorar cada vez mais a educação do nosso colégio. Uma pausa para abraços, celebração e fé. Voltaremos segunda, 9 de abril, com muito mais cultura para nossos leitores. Fazemos das palavras de Helena Kolody nosso propósito para esse momento especial:

"Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,
De ser o coração singelo que perdoa,
A solícita mão que espalha, sem medidas,
Estrelas pela noite escura de outras vidas
E tira d'alma alheia o espinho que magoa." 

FELIZ PÁSCOA!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

No 6ºC, a professora promoveu um concurso de haicai, sendo vencedora a aluna Maisa, com o poema:
"Lá se vão no trem
as estações do ano.
Por todo o mundo."
Assim, os outros alunos tiveram que ilustrar o texto produzido por ela. Os desenhos escolhidos para a postagem foram feitos pelos alunos João Antonio, Henrique, Inaiara e Tainá. Confiram:
 
 
 
Já nos 8ºs. e 9ºs. anos, a professora Bruna trabalhou a tradução para o inglês, também ilustrada, dos haicais de Helena Kolody. Os trabalhos a seguir foram produzidos pelos alunos Patricia (9C), Luana (9A), Alexia (9A), Beatriz (9A), Carol (9B), Tamirys (8B) e Leandro (8B).








          Identificação
Eu me diluí na alma imprecisa das coisas.
Rolei com a Terra pela órbita do infinito.
Jorrei das nuvens com a torrente das chuvas
E percorri o espaço no sopro do vento;
Marulhei na corrente inquietadora dos rios,
Penetrei a mudez milionária das montanhas;
Desci ao vácuo silencioso dos abismos;
Circulei na seiva das plantas,
Ardi no olhar das feras,
Palpitei nas asas das pombas;
Fui sublime n'alma do homem bom
E desprezível no coração do mesquinho;
Inebriei-me da alegria do venturoso;
E deslizei dolorosamente na lágrima do infeliz.
Nada encontrei mais doloroso,
Mais eloquente,
Mais grandioso
Do que a tragédia cotidiana
Escrita em cada vida humana. 
                           Helena Kolody