“Ser” Helena
Helena!
Tenacidade tênue...
Helena
toca o tempo, mas, não é cronológica!
Não,
não há “cronos”, o que existe é certa castidade que cristaliza, enterra raízes,
não dá frutos, somente sombra fresca..
Saibam!
Logo que li Helena, eu quis sê-la, pois também sinto ser o mesmo: a mesma árvore
casta; suavidade de sombra, segurança de ser sossego, ensinando com singeleza.
Contudo,
afinal, não é só isso!
Sombra
cessa e enjoa de si mesma.
Ela
é suave, mas nunca suportou ser sem sabor...
Por
isso, fez do amor armadura, foi fatídica, ferrenha!
Amou
e aniquilou-se...
Achou
nobre o “Nunca Mais”! Nunca mais a Helena amou...
Anulou-se
com nobreza!
É,
eu quis ser Helena, já não quero mais...
Nobreza
não nidifica, não cria raízes e tão pouco as entrelaça!
Se
pudesse ser menos suave, a vida seria mais sua, seria a semente.
Seria
o fruto matando a fome que há em seu poema!
Um
rebento em vez de recordação!
Sim,
eu a leio Helena; eu a leio e é lindo, entretanto, é leve...
Seu
“Nós” não desata seus nós, não desarma o amor!
Para
desabrochar precisa ser brusco, instantâneo!
Quem
é apenas sonho, sonha eternamente...
Sombra
segura de árvore secular!
Sensível,
serena, mas estéril!
Autora: Professora Fernanda Elena