"Pintou estrelas no muro e teve o céu ao alcance das mãos."

terça-feira, 20 de março de 2012

Prenúncio de outono

Assoma um leve prenúncio de outono
Nesses lapsos de quietude e abandono.

Quer estranha voz tão grave murmureja

Entre as folhas dos plátanos da rua…

E as folhas se aconchegam temerosas
Porque a voz insidiosa lhes sussurra:

“O nosso tempo chegou

Mas o céu é tão belo

                  E é tão sereno o dia!

                     O ar é tão leve
 
                  E o ar é tão fino.”

       As cigarras desatam nos pomares
         A ruidosa alegria do seu canto.
 
      Paira um prenuncio de outono
 
Nesses lapsos de quietude e de abandono.
                                                                Helena Kolody 

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